A Yards Capital, gestora de ativos alternativos com R$ 3,4 bilhões sob gestão, está abrindo uma vertical de real estate. A nova estratégia quer aproveitar um momento único de bons empreendimentos descontados no mercado imobiliário.

A área já nasce com ativos originados pela gestora com valor de mercado de mais de R$ 800 milhões, um montante que a Yards pretende captar no ano que vem com o lançamento de fundos.

“Estamos em um momento de juros altos por um período muito prolongado, e isso nos coloca em um dos maiores buy markets da história, como foi 2008. Conseguimos comprar pelo preço de originação ativos já maduros, e queremos surfar essa onda”, diz Guilherme Vilazante, gestor e head de imobiliário da Yards, ao NeoFeed.

Vilazante chegou à Yards para liderar a nova área. Com mais de 20 anos de mercado, com passagens por BTG Pactual, Barclays e Bank of America, além de ter sido sócio e CFO de uma empresa do segmento multifamily (incorporação residencial para aluguel). Ele também participou de 14 IPOs e seis emissões de CRI.

A área de real estate seguirá duas grandes estratégias. A principal será a tese de requalificação urbana, um segmento de retrofit. Usando a regulação de zoneamento urbano em São Paulo e outras cidades, para agregar valor aos empreendimentos. Já tem mais de 30 projetos em análise na casa.

Outra estratégia é a incorporação de terrenos para desenvolvimento, com mandatos flexíveis para atuar em diferentes segmentos e aproveitar oportunidades de preço. A gestora já tem ativos em São Paulo, Florianópolis e Recife.

A ideia agora com a área estruturada é pegar esses ativos já adquiridos pela gestora e estruturar em fundos com capital também de terceiros, sempre mantendo uma fatia de capital próprio. O primeiro bolso a ser atacado será o institucional, e, mais na frente, o de varejo.

A Yards está estruturando dois fundos imobiliários multiestratégia, um high grade e outro high yield, que devem sair em oferta no primeiro trimestre de 2026, com o objetivo de captar entre R$ 400 milhões e R$ 600 milhões em cada fundo.

“Fundos multiestratégia têm ganho espaço no mercado por não deixarem os gestores presos a mandatos e poderem atuar como hedge funds, vendo todas as oportunidades de ganho para maximizá-lo”, diz Vilazante.

A Yards Capital, fundada em 2023, vem se consolidando como uma casa de investimentos alternativos. Mas seu objetivo é se posicionar como uma casa multiestratégia e já planeja uma área de fundos líquidos para 2026.

E para isso, trouxe um novo CIO, Ricardo Andrade. Com 20 anos de experiência no mercado financeiro e passagens pelo Itaú, Credit Suisse e Angra Partners. Ele também já atuou como consultor no Boston Consulting Group e na Booz & Company.

Ricardo assume todo o time de investimento que saiu de cinco para 14 pessoas no último mês e a expectativa é dobrar de tamanho até maio de 2026.

A gestora conta com uma área de Infraestrutura com FIPs focados em logística e agronegócio, participação em concessões, PPPs e Óleo e Gás; Special Sits, com participação em empresas em recuperação judicial ou em reestruturação financeira e incorporadoras com problemas de liquidez; e agora uma área de real estate.

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