FMI chega a acordo sobre os próximos empréstimos ao Egito

O Fundo Monetário Internacional anunciou na terça-feira que chegou a um acordo ao nível técnico com o Egito sobre as quintas e sextas revisões no âmbito do seu Mecanismo de Financiamento Alargado, desbloqueando potencialmente um desembolso de aproximadamente 2,5 mil milhões de dólares ao abrigo do programa.

O fundo combinou as quintas e sextas revisões do programa de apoio ao Egito para dar mais tempo às autoridades para cumprirem os objetivos críticos nele integrados.

Num comunicado, o FMI disse também ter chegado a um acordo ao nível técnico sobre a primeira revisão de outro programa de financiamento em curso, o Mecanismo de Resiliência e Sustentabilidade, que poderá potencialmente dar ao Egito acesso a mais 1,3 mil milhões de dólares.

Os acordos ao nível técnico devem ainda ser aprovados pelo conselho executivo do FMI.

O Egito concordou com o empréstimo alargado de 8 mil milhões de dólares, de 46 meses, em março de 2024, numa altura em que se debatia com alta inflação e escassez de moeda estrangeira.

Nos últimos meses, o Egito conseguiu controlar a inflação, que atingiu o pico de 38% em setembro de 2023. A inflação anual dos consumidores urbanos situou-se em 12,3% em novembro.

A escassez de moeda estrangeira do país também diminuiu, ajudada pelo programa de empréstimo do FMI, receitas turísticas recorde, remessas de egípcios que trabalham no estrangeiro e acordos de investimento com países do Golfo, incluindo os EAU, no valor de dezenas de milhares de milhões de dólares.

"Os esforços de estabilização produziram ganhos importantes e a economia egípcia está a mostrar sinais de crescimento robusto", afirmou Vladkova Hollar, chefe da missão do FMI para o Egito, num comunicado.

O FMI afirmou que as reformas estruturais ainda precisam de ser aceleradas, incluindo a alienação de ativos estatais, uma peça central do acordo de empréstimo onde o fundo acredita que o progresso tem sido lento.

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Em agosto, o Egito ratificou alterações legislativas destinadas a acelerar a venda de ativos estatais.

"No futuro, os esforços para reduzir o papel do Estado precisam de ser acelerados. Isto inclui um progresso adicional significativo com a agenda de alienação e esforços adicionais para nivelar as condições de concorrência", acrescentou Hollar.

O FMI já desembolsou cerca de 3,5 mil milhões de dólares ao abrigo do programa de empréstimo, segundo cálculos da Reuters.