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Você arriscaria? Novo procedimento estético usa gordura de cadáveres para preenchimento corporal

2025/12/20 23:09
 O alloClae, fabricado pela Tiger Aesthetics, vem ganhando popularidade entre pacientes que desejam melhorar a aparência sem se submeter à anestesia geral — Foto: Unsplash O alloClae, fabricado pela Tiger Aesthetics, vem ganhando popularidade entre pacientes que desejam melhorar a aparência sem se submeter à anestesia geral — Foto: Unsplash

Em seu consultório no Upper East Side, no início deste ano, o Dr. Sachin Shridharani realizava um procedimento nos seios de uma paciente: aplicava anestesia local, fazia uma incisão e se certificava de que o resultado final fosse perfeito.

Segundo as informações do Business Insider, durante todo o procedimento a paciente permaneceu com seus AirPods. Menos de duas horas após chegar à clínica, ela se levantou, conferiu o novo contorno do corpo e seguiu direto para o escritório.

Até cerca de um ano atrás, uma cirurgia típica de aumento de mama exigia anestesia geral e um período de recuperação de vários dias.

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Shridharani, no entanto, utilizava o alloClae, um novo produto da fabricante Tiger Aesthetics que vem ganhando popularidade entre pacientes que desejam melhorar a aparência sem se submeter à anestesia geral nem precisar se afastar do trabalho para se recuperar.

Em vez de recorrer a implantes ou à própria gordura corporal da paciente para adicionar volume aos quadris ou aos seios, o alloClae, que pode custar até US$ 100 mil (aproximadamente R$ 552 mil) por procedimento, utiliza gordura proveniente de um cadáver como um preenchimento corporal inovador.

“As pessoas estão pagando pela conveniência”, afirmou Shridharani, que já realizou mais de 50 procedimentos com o alloClae e participou do estudo clínico do produto. “Trata-se de não ter tempo de recuperação, não precisar de procedimentos mais invasivos e não usar anestesia.”

O Business Insider conversou com outros cirurgiões plásticos, a maioria de Nova York e da Califórnia, que juntos realizaram cerca de 75 procedimentos com o alloClae desde o lançamento do produto, no início deste ano. Eles relataram que executivos e empresários de alto poder aquisitivo disputam o procedimento, marcando consultas às 6h da manhã para chegar ao trabalho às 7h, usando o preenchimento para melhorar a aparência.

A demanda pelo alloClae superou a oferta, resultando em escassez e listas de espera para consultas.

Embora muitos dos pacientes sejam profissionais de alto escalão em busca de resultados rápidos, há diversos motivos para a escolha do produto. Algumas pessoas não têm gordura corporal suficiente para uma transferência tradicional por lipoaspiração. Outras não desejam a flacidez da pele associada ao procedimento. Há ainda quem prefira evitar a anestesia.

O aumento do uso de medicamentos à base de GLP-1 também contribuiu para o interesse pelo alloClae. Não se trata apenas do afinamento do rosto: seios, quadris e glúteos também podem perder volume.

Shridharani atende pacientes do sexo masculino que emagreceram com medicamentos como o Ozempic, mas perceberam que seus ternos deixaram de vestir como antes.

“Nas palavras deles: ‘Não tenho bunda’”, contou o médico. “‘Parece que minhas calças estão caindo’.”

Em um mercado de trabalho que valoriza a aparência, estudos indicam que pessoas mais atraentes tendem a ganhar mais, o alloClae tem se tornado uma espécie de arma secreta entre executivos de alto escalão.

De um cadáver para suas curvas

O alloClae integra uma tendência crescente de procedimentos estéticos menos invasivos.

De acordo com a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, o número anual de procedimentos minimamente invasivos, de Botox a preenchimentos labiais, cresce mais rapidamente do que o de cirurgias estéticas, ultrapassando 28 milhões no ano passado.

“Toda a ideia girava em torno do Botox feito no horário de almoço”, afirmou Caroline Van Hove, presidente da Tiger Aesthetics. “Esse ainda é o grande atrativo dos procedimentos estéticos minimamente invasivos: pouco tempo de recuperação”.

A Tiger Aesthetics, que também comercializa implantes e preenchimentos tradicionais, começou a oferecer o alloClae a um grupo seleto de médicos no outono de 2024. Em seguida, realizou um lançamento gradual para algumas centenas de cirurgiões na primavera passada, com lançamento completo previsto para o início do próximo ano. A empresa não divulga quantos pacientes já utilizaram o produto.

Embora o alloClae seja derivado de um cadáver, o produto é menos macabro do que parece. Mesmo pacientes inicialmente desconfortáveis com a ideia costumam aceitá-la, segundo o Dr. Bob Basu, presidente da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos.

Quando pessoas doam seus corpos à ciência, de forma semelhante à doação de órgãos, bancos de tecidos costumam coletar células de gordura abdominal. A Tiger Aesthetics compra esse material, realiza testes para detectar doenças, purifica e processa a gordura.

O resultado final se assemelha a uma manteiga granulada dentro de uma seringa.

De acordo com Van Hove, esse processo faz com que a empresa esteja “à mercê do tecido doado”. A Tiger Aesthetics planeja ampliar a quantidade de gordura disponível à medida que expande suas instalações e busca formas de melhorar o aproveitamento do material.

“A partir do início de 2026, estaremos produzindo muito mais alloClae para atender à demanda real existente”, explicou Van Hove.

O alloClae é regulamentado pela FDA. Segundo a executiva, o processo de aprovação difere do de implantes ou medicamentos como o Botox, pois o produto é comercializado sob uma designação diferente.

Embora existam outros produtos feitos a partir de gordura de doadores, o alloClae se destaca pela composição e pelo volume aplicado.

A maioria dos pacientes recebe entre 50 e 100 cc, afirmou Van Hove, embora médicos ouvidos pelo Business Insider tenham utilizado até 550 cc em um único paciente. Para comparação, o Renuva, um produto semelhante fabricado pela MTF Biologics, é normalmente aplicado em quantidades menores e utilizado no rosto.

O preço

A praticidade do alloClae tem um custo que varia conforme a quantidade de gordura utilizada.

Segundo os médicos, os procedimentos, incluindo honorários e o valor do produto, podem custar entre US$ 10 mil e US$ 100 mil (R5 55 mil e R$ 552 mil aproximadamente) . Para volumes de 100 a 200 cc, suficientes para um leve contorno dos quadris ou preenchimento dos seios, o preço é semelhante ao de uma transferência de gordura tradicional, explicou Shridharani. Acima disso, o custo aumenta rapidamente.

Enquanto uma cirurgia tradicional de aumento de mama com implantes em uma clínica de alto padrão como a de Shridharani começa em US$ 15 mil (aproximadamente R$ 85 mil) , um ajuste mamário discreto com alloClae parte de US$ 12 mil (aproximadamente R$ 82 mil) e pode ultrapassar US$ 30 mil (aproximadamente R$ 165 mil), dependendo do volume desejado.

“O que me choca um pouco é o quanto o produto é caro e, ainda assim, a disposição dos pacientes em pagar”, disse o cirurgião plástico Dr. David Sieber, de São Francisco, que ainda não realizou procedimentos com alloClae, mas já tem pacientes na fila de espera.

Essa disposição persiste mesmo sem dados de longo prazo.

Até o momento, médicos ouvidos afirmam que os resultados iniciais são promissores, mas, como destacou Basu, ainda não há acompanhamentos de três ou cinco anos.

Os procedimentos realizados até agora são descritos como “aprimoramentos sutis”. “Não é tudo ou nada”, disse ele.

“Cirurgia de nível C”

Douglas Steinbrech, que mantém clínicas médicas voltadas para homens em Nova York, Beverly Hills e Chicago, utiliza um termo específico em seu consultório: “cirurgia de nível C”. O “C” refere-se ao C-suite, o alto escalão executivo — e, dentro desse grupo, o alloClae recebeu nota máxima.

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