Investidor de 'The Big Short', Michael Burry, alerta que economia dos EUA apresenta sinal histórico que precedeu mercados baixistas de vários anos

Um investidor que ficou famoso por prever a Grande Crise Financeira de 2008 ao vender a descoberto títulos garantidos por hipotecas está a emitir um novo alerta sobre a economia dos EUA.

O antigo diretor da Scion Asset Management, Michael Burry, está a partilhar um gráfico do Wells Fargo e Bloomberg que mostra a percentagem do ativo líquido médio das famílias dos EUA alocado a imóveis e ações.

Os dados parecem mostrar que as famílias dos EUA têm mais do seu ativo líquido em ações do que em imóveis, o que Burry salienta que, por vezes, levou a mercados baixistas no passado.

"Este é um gráfico muito interessante, pois a riqueza das famílias em ações ser superior à riqueza em imóveis só aconteceu no final dos anos 60 e no final dos anos 90, as duas últimas vezes em que o mercado baixista subsequente durou anos.

Beary Burry."

O investidor explica ainda,

"Neste caso, penso que o gráfico explica muito bem a situação atual. Após quase uma década de taxas de juro zero, biliões em dinheiro do helicóptero pandémico, a maior inflação em 50 anos e um novo paradigma de taxas do Tesouro mais elevadas pela primeira vez em 50 anos, as ações emergiram vitoriosas mesmo sobre os preços das casas que subiram 50%.

As razões para isto são muitas, mas certamente incluem a gamificação da negociação de ações, o problema de jogo da nação devido à sua própria gamificação e um novo paradigma de 'IA' apoiado por biliões de dólares de investimento de capital planeado em curso, apoiado pelas nossas empresas mais ricas e pelo establishment político."

Numa entrevista recente no podcast Against the Rules with Michael Lewis, Burry diz que o mercado de ações pode entrar numa fase baixista de vários anos devido ao crescimento do investimento passivo.

"Hoje é tudo dinheiro passivo. E é muito. São mais de 50% de dinheiro passivo. Há fundos de índice... Menos de 10% do dinheiro, dizem alguns, é gerido ativamente por gestores que estão realmente a pensar nas ações e de qualquer forma que seja de longo prazo.

E por isso o problema é nos Estados Unidos, penso eu, quando o mercado desce, não é como em 2000, onde havia este outro grupo de ações que estava a ser ignorado e que subiria mesmo que a Nasdaq colapsasse. Agora penso que tudo vai simplesmente descer. E seria muito difícil estar comprado em ações nos Estados Unidos e proteger-se."

 

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Imagem gerada: Midjourney

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