Ibovespa sobe com Wall Street no radar e impulso de Brava (BRAV3) e Suzano (SUZB3)
O Ibovespa voltou a subir nesta quinta-feira (18), após duas sessões consecutivas de queda, em um pregão marcado pela combinação entre alívio vindo do exterior, volatilidade política doméstica e atenção às sinalizações do Banco Central. O índice encontrou apoio no avanço de Wall Street e teve como destaques positivos as ações de Brava Energia (BRAV3) e Suzano (SUZB3).
Ao fim das negociações, o principal índice da B3 avançou 0,38%, aos 157.923,34 pontos, depois de oscilar entre a mínima de 157.123,58 e a máxima de 158.495,49 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,3 bilhões, abaixo da média recente, refletindo postura mais cautelosa dos investidores.
O movimento positivo perdeu fôlego ao longo da tarde, à medida que o mercado passou a reprecificar o cenário eleitoral de 2026 e as incertezas sobre a trajetória da Selic. Para Nicolas Gass, estrategista de investimentos e sócio da GT Capital, a leitura predominante foi de que o fator político voltou a ser o principal vetor de volatilidade dos ativos, diante da sensibilidade do mercado a qualquer sinalização sobre a disputa presidencial.
Nesse contexto, declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ajudaram a reduzir apostas mais firmes de cortes de juros no curto prazo. Ao afirmar que não há decisões tomadas para as próximas reuniões do Copom e que as projeções carregam elevado grau de incerteza, o BC manteve a curva de juros pressionada, especialmente nos vencimentos intermediários.
No exterior, o ambiente foi mais construtivo. Dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos vieram abaixo do esperado, reforçando o processo de desinflação e sustentando apostas de continuidade do ciclo de cortes de juros pelo Federal Reserve. O movimento impulsionou Wall Street e melhorou o humor global, beneficiando ativos de risco em mercados emergentes.
Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o CPI mais fraco manteve vivas as expectativas de novos cortes de juros já nas próximas reuniões do Fed, o que favoreceu as bolsas americanas e levou à queda dos yields dos Treasuries ao longo do dia.
No mercado de câmbio, o dólar à vista encerrou praticamente estável, cotado a R$ 5,52, refletindo o equilíbrio entre o alívio externo e a cautela com o cenário político doméstico. Na avaliação de Shahini, apesar do suporte vindo do exterior, o fluxo de saída de capital segue limitando uma apreciação mais consistente do real.
Já a curva de juros futuros apresentou alta moderada, com comportamento misto entre os vértices, em um pregão marcado por ajustes técnicos e reprecificação do risco eleitoral.
Entre as ações do Ibovespa, a Brava Energia (BRAV3) liderou os ganhos do dia, engatando a quinta alta consecutiva. O papel foi impulsionado pela sinalização de um plano robusto de investimentos para 2026, estimado em cerca de US$ 550 milhões, voltado à expansão e à manutenção de ativos, além da expectativa de anúncio de dividendos.
A Suzano (SUZB3) também figurou entre as principais contribuições positivas ao índice, apoiada pela inauguração de uma nova linha de produção de celulose, fator que reforçou o diferencial competitivo da companhia e sustentou o desempenho das ações ao longo do pregão.
Na ponta negativa, papéis mais sensíveis à alta dos juros futuros, especialmente do setor de varejo, tiveram desempenho mais fraco. Para Nicolas Gass, esse movimento reflete a relação inversa entre juros elevados e ativos domésticos, em um ambiente em que o risco eleitoral continua limitando movimentos mais amplos de alta do Ibovespa.

Um dia depois de seu nascimento, Paul Joseph Fronczak foi roubado de um hospital em Chicago. A terrível história ganhou as manchetes nos Estados Unidos no