A escalada de tensão entre Estados Unidos e Venezuela acelerou a adoção de criptomoedas no país. Em meio à crise econômica, stablecoins viraram ferramenta essencial de sobrevivência.
A Venezuela subiu para a 11ª posição global em uso de criptoativos em 2025. O dado consta no mais recente Country Crypto Adoption Index, da TRM Labs.
A economia venezuelana enfrenta décadas de hiperinflação e colapso bancário. Por isso, a confiança no bolívar praticamente desapareceu. O PIB per capita do país é de apenas US$ 3.100, segundo o FMI. Nos Estados Unidos, o valor chega a US$ 89.000.
Nesse cenário, stablecoins atreladas ao dólar ganharam espaço. Elas oferecem previsibilidade de preço e acesso a valor global. Além disso, criptomoedas passaram a ser usadas em remessas, pagamentos entre pessoas e salários informais.
Portanto, a criptoeconomia atua como um sistema financeiro paralelo no país.
O avanço não se limita ao mercado informal. Supermercados já aceitam criptomoedas em diversas regiões. Em novembro, Ítalo Atencio, presidente da associação nacional de supermercados, confirmou o uso recorrente desses meios.
Segundo ele, pagamentos em cripto ocorrem “em lojas de todo o país”, inclusive para compras básicas.
A adoção também reflete o agravamento do risco geopolítico. O governo Trump intensificou ações contra Nicolás Maduro. Washington acusa o regime venezuelano de liderar um cartel internacional de drogas.
Além disso, os EUA apreenderam um navio petroleiro venezuelano em dezembro, novas apreensões estão em preparação. O Pentágono ainda deslocou um submarino nuclear e 15 mil soldados para o Caribe.
Essas ações aumentaram o medo de bloqueios financeiros mais severos. Por isso, a população busca rotas alternativas.
Entretanto, o fortalecimento da regulação nos EUA pode dificultar o acesso externo a liquidez cripto, segundo a TRM Labs, isso eleva o custo e o risco de conversão internacional para venezuelanos.
Ainda assim, o uso doméstico tende a crescer, sobretudo para consumo básico e proteção patrimonial.
A combinação de colapso econômico e pressão geopolítica empurrou a Venezuela para a vanguarda da adoção cripto.
Stablecoins já cumprem papel central na vida cotidiana. Portanto, a criptoeconomia deixou de ser opção e virou necessidade.
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