Ex-senadora volta ao Congresso Nacional após 18 anos; trajetória da 1ª suplente é marcada por expulsão do PT e por fundação do Psol e da RedeEx-senadora volta ao Congresso Nacional após 18 anos; trajetória da 1ª suplente é marcada por expulsão do PT e por fundação do Psol e da Rede

Heloísa Helena assumirá o lugar de Glauber, suspenso por 6 meses

2025/12/11 18:41

Com a suspensão de 6 meses do mandato do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ), a ex-senadora Heloísa Helena (Rede), 63 anos, assume um assento na Câmara. Ela é a 1ª suplente da bancada da federação que une o seu partido, a Rede Sustentabilidade, e o Psol.

Na 4ª feira (10.dez.2025), o plenário da Câmara aprovou a suspensão de 6 meses do mandato de Glauber por quebra de decoro parlamentar, ao expulsar da Câmara aos chutes um integrante do MBL (Movimento Brasil Livre) em abril de 2024. O placar foi de 318 votos a favor e 141 contra.

Assumindo o mandato de Glauber, Heloísa Helena volta ao Congresso Nacional após 18 anos. Ela foi eleita senadora pelo PT em 1999. Em 2003, Heloísa e outros 3 congressistas foram expulsos do partido de Luiz Inácio Lula da Silva por ir na contramão da orientação da bancada e votar contra a reforma da Previdência proposta pelo governo. Segundo a então senadora, a reforma tinha cunho “neoliberal”.

Em 2004, foi uma das fundadoras do Psol, pelo qual se candidatou à Presidência em 2006, ficando em 3º lugar, com 6,85% dos votos. Em 2013, ajudou a fundar outro partido, o Rede Sustentabilidade. Na legenda, a ala de Heloísa Helena e a ala da atual ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, são rachadas.

Segundo Marina, a origem dos desentendimentos entre ela e Heloísa Helena remonta a 2018. À época, Marina disse ter sido contra a fusão com o Cidadania, que acabou não se concretizando. Declarou que as “diferenças de visão ficaram bem evidentes ali”.

SUSPENSÃO DE GLAUBER

Glauber foi suspenso pelo plenário da Câmara por 6 meses. Inicialmente, estava prevista a votação da cassação do mandato do deputado. O Psol negociou com legendas do Centrão com o objetivo de evitar a cassação. Apresentou então um destaque com a suspensão para ser votado antes da cassação.

A lógica era a seguinte: se a suspensão fosse rejeitada, a votação sobre a cassação seria realizada logo em seguida. Entretanto, a margem apertada na aprovação do destaque –226 votos a favor e 220 contra– sinalizou aos congressistas da direita que provavelmente não haveria os 257 votos necessários para aprovar a cassação.

Sem esses votos, o processo seria arquivado ou devolvido ao Conselho de Ética, e o deputado escaparia sem punição alguma. Diante desse cenário, parte da direita e do Centrão mudou de estratégia e passou a apoiar a suspensão de 6 meses, garantindo assim que Glauber Braga recebesse ao menos alguma penalidade.

Glauber foi suspenso por agredir o youtuber Gabriel Costenaro, do MBL (Movimento Brasil Livre). Na ocasião, o deputado disse que havia sido provocado e, por isso, se sentiu intimidado pelo ativista. Ele alegou que Costenaro o perseguia e havia ofendido a sua mãe, que sofria de Alzheimer em estágio avançado.

Costenaro, por sua vez, afirmou que foi abordado por Braga enquanto almoçava e acabou expulso aos pontapés da Câmara.

PROTESTO E EMPURRA-EMPURRA

Na 3ª feira (9.dez), Glauber protestou contra a decisão da Câmara de pautar a votação de sua cassação para o dia seguinte. Ele se sentou na cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para demonstrar insatisfação com a decisão do paraibano. Disse que ficaria no local até o “limite” das suas forças.

Enquanto Braga ocupava a Mesa Diretora, a transmissão ao vivo da TV Câmara foi interrompida. Os jornalistas foram impedidos pela Polícia Legislativa de entrar no plenário. A maioria estava aglomerada na porta, pedindo para ter acesso. Foi neste momento que teve início uma 2ª confusão.

Pouco antes de o deputado ser escoltado pela Polícia Legislativa para fora do plenário, a mando de Motta, os jornalistas foram avisados que teriam que “recuar”. Na sequência, um dos policiais deu a ordem: “Vamos tirar todo mundo”. Começou então o empurra-empurra.

Motta afirmou que o protesto de Glauber foi um desrespeito à Câmara e ao Poder Legislativo. Sugeriu que o deputado psolista é um “extremista”.

Glauber, por sua vez, criticou a diferença de tratamento que recebeu ao comparar o episódio em que, em agosto, deputados como Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC) ocuparam a Mesa Diretora da Câmara. Ele afirmou que, em vez de terem sido tirados à força como ele, os deputados de oposição saíram sem nenhuma represália após diálogo com o presidente da Câmara.

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